"Achamos que a liberdade é incompatível com a segurança, mas são compatíveis" - Bacelar Gouveia

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,27 jun 2019 13:45

Jorge Bacelar Gouveia
Jorge Bacelar Gouveia

​O professor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, Jorge Bacelar Gouveia, disse hoje que Cabo Verde não deve ter complexos de perda de soberania, resultado da cooperação com outros estados, em matéria de segurança.

Jorge Bacelar Gouveia falava à Inforpress a propósito da conferência sobre “Segurança, constituição e direito internacional: os novos desafios”, em que esteve como orador, realizada pelo Instituto Superior Ciência Jurídicas e Sociais (ISCJS).

Segundo o conferencista, Cabo Verde, devido à sua posição estratégica, não tem sido um lugar do crime, mas é um lugar de passagem do crime, um ponto intermédio.

Este facto, sustentou, deve preocupar as autoridades cabo-verdianas que, na sua óptica, têm feito “um grande trabalho” na intensificação das estruturas internas de segurança e também no aumento da cooperação com outros países que podem ajudar, monitorizando esses fenómenos criminosos na sua origem e no seu destino.

Por causa disso, adiantou, o país deve entender que a cooperação com outros países não põe em causa a sua soberania, mas ajuda a reforçar os direitos dos cidadãos, principalmente a segurança.

“Achamos muito que a liberdade é incompatível com a segurança, mas ambas são compatíveis. Todos temos direito à liberdade de não sermos detidos arbitrariamente, mas também temos direito a que o Estado nos proteja. Isso é o direito à segurança pessoal”, concretizou.

Devido às “circunstâncias arquipelágicas”, Cabo Verde serve de “passagem do narcotráfico e de outras coisas” e “partilha de questões e preocupações globais”, que também são de vários países do mundo.

Do ponto de vista dos Estados, Jorge Bacelar Gouveia explicou que estes têm sido confrontado com novas ameaças internas, como o aumento da criminalidade, que se tornou “mais violenta”, novos fenómenos migratórios, que muitas vezes também aumentam a instabilidade das sociedades, para além de questões ligadas à protecção civil.

No plano internacional , o pós-11 de Setembro evidenciou um “terrorismo de matriz religiosa, radicalizada e jihadista” e que nos últimos tempos têm aparecido “novos fenómenos” de pirataria marítima de ciberinsegurança, ciberterrorismo e ciberguerra.”

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,27 jun 2019 13:45

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  25 mar 2020 23:21

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