“A Câmara Municipal da Praia (CMP) demarca-se, totalmente, destes procedimentos capazes de colocar em causa a saúde pública”, garantiu a autarquia, em nota de imprensa, na sequência de denúncia do MCCR de que uma grande quantidade de cães e gatos morreram por envenenamento e foram colocados em espaços públicos na cidade da Praia por desconhecidos.
O mesmo movimento civil avançou que questionou a Câmara Municipal da Praia sobre o sucedido, mas esta respondeu que não tem responsabilidades, explicando que não está nos seus planos e nem seria uma metodologia aceite por parte da entidade.
Numa nota, a autarquia da capital demarcou-se do procedimento, classificando-o de “desumano, indigno, incivilizado e hediondo”.
Assumindo uma posição de defesa dos direitos dos animais e de adopção de métodos adequados e aceitáveis de gestão da população de cães e gatos, a autarquia, liderada por Francisco Carvalho, lembrou que em Abril assinou um protocolo com a “Aliança para a Gestão Ética da População Canina e Felina” da cidade, instituição que zela pela proteção dos animais.
“Por outro lado, a CMP sempre esteve também engajada na organização de actividades em prol da melhor gestão da população canina no município”, acrescentou.
A maior autarquia do país referiu que estabeleceu parcerias com a Associação Bons Amigos, que se traduziram na realização da primeira campanha de castração e desparasitação em setembro e outubro.
A autarquia da Praia disse que também apresentou uma queixa à Polícia Judiciária (PJ), para condenar tais atitudes e comportamentos.
O movimento civil cabo-verdiano suspeita que o veneno está a ser obtido por cidadãos de forma ilegal e depois é colocado em espaços públicos e alguns bairros, colocando a saúde pública em perigo, assim como vida dos animais.
Associações de defesa dos animais estimam a existência de cerca de 20 mil cães de rua e nas ruas da cidade da Praia, representando um problema, devido ao barulho, sobretudo à noite, por vasculharem contentores de lixo, atacarem pessoas e enfrentarem riscos de doenças, atropelamento e maus tratos.
Em Maio, o movimento civil pediu aos restantes municípios cabo-verdianos para se juntarem aos nove já existentes na Aliança Nacional para a Gestão Ética da População Canina e Felina.
Em Março, lançou uma petição para recolher pelo menos 3.000 assinaturas em 11 concelhos para levar uma iniciativa ao parlamento para aprovação de uma lei sobre a protecção dos animais.
O MCCR é movimento da sociedade civil que tem levado a cabo um conjunto de acções para apoiar a gestão ética e sustentável da população canina e tem sido uma voz activa e interventiva para o bem-estar animal e contra os maus tratos de animais no país.