As declarações do partido, pela voz do deputado João do Carmo, foram feitas esta manhã à imprensa no Gare Marítimo em São Vicente.
“A se manter esta decisão, o Governo, de certeza absoluta, estará a pôr em causa a economia destas duas ilhas. Estará a estragar a linha que sempre funcionou bem em Cabo Verde. Se de facto há uma linha marítima que funciona bem, com pontualidade, previsibilidade, com qualidade é a linha São Vicente/Porto Novo/São Vicente”, diz.
Para o PAICV, a preocupação maior prende-se com o impacto que a medida terá nos produtos agrícolas em São Vicente e nos bens alimentares de uma forma geral em Santo Antão.
“Ainda não se sente. Contudo, muito brevemente as pessoas, quer de São Vicente, quer de Santo Antão irão notar um aumento exponencial no preço dos produtos. As pessoas daqui de São Vicente irão ter um aumento exponencial dos produtos agrícolas – das verduras, das frutas, e as pessoas de Santo Antão irão ter um aumento exponencial de praticamente todos os produtos, já que o comércio dos produtos circula daqui de São Vicente para Santo Antão”, refere.
A conferência de imprensa foi dada no preciso momento em que um dos navios que opera na linha São Vicente/Santo Antão atracava no cais com cinco viaturas.
“São cinco carrinhas e nós temos dados que confirmam que estes que viajaram hoje compraram as passagens antes do aumento das tarifas”, realça João do Carmo.
O deputado da Nação fala de um estudo feito pela então Autoridade Marítima Portuária, ainda durante o Governo do PAICV, que apontava para a redução do preço das tarifas exclusivamente na linha marítima São Vicente/Santo Antão.
“A conclusão do estudo é que a linha era rentável e que fazia todo o sentido a redução de preços para provocar um aumento do turismo interno. O estudo já estava na fase de consulta pública. Perdemos as eleições e o MpD não deu o devido encaminhamento e hoje estamos nesta situação”, aponta.
As declarações de João do Carmo foram feitas depois de o Governo ter divulgado, esta terça-feira, os novos tarifários do transporte marítimo de carga e de passageiros que entraram quinta-feira em vigor. Os preços aumentaram 80% para cidadãos não residentes e 20% para residentes.